“Nossas famílias estão unidas e confiantes que a justiça será feita”
A
Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais apresentou na manhã
desta quarta feira (14), aos principais veículos de comunicação do
estado, vários denuncias de Conflitos por Terra na cidade de Codó.
Durante
toda a coletiva de Imprensa, os diretores de Política Agrária, Maria
Lúcia Vieira, de Política Agrícola e Meio Ambiente, Joaquim Alves, de
Assalariados e Assalariadas Rurais, Ana Maria Oliveira, Geral, Ângela
Maria Silva, acompanhados (as) dos assessores jurídicos da Federação,
Antônio Pedrosa e Diogo Cabral, e Comunicação, Barack Fernandes,
esclareceram como está a real situação na cidade de Codó. Onde segundo
dados da própria Fetaema, existem 12 comunidades em Conflito Agrário
direto (Lagoa do Leme, Santa Joana, Puraquê, Santa Maria dos Moreiras,
Três irmãos, Monte Barro, Queimadas, Mata Virgem, Vergel, Santa Rita dos
Moisés, Matões dos Moreiras e Buriti Corrente), o que equivale a 654
famílias, representando uma média de 4 mil pessoas ameaçadas.
Descaso!
O
descaso dos órgãos públicos quanto à regularização de terra no Maranhão,
foi um tema que mereceu destaque durante a Coletiva. “Acredito que esta
coletiva de Imprensa, vem a somar com os trabalhadores e trabalhadoras
rurais do campo maranhense.
Uma oportunidade importante, para que a
sociedade e também os órgãos públicos, a exemplo do Governo
Estadual-ITERMA e Federal-INCRA, possam acompanhar com um olhar mais
humano, os problemas enfrentados por mais de 4 mil pessoas, que são
causados pelos grandes latifundiários do agronegócio”, denunciou, Maria
Lúcia Vieira, durante a coletiva.
Outros
pontos, como a situação dos quilombolas codoenses, do trabalho escravo,
da grilagem de terra, das constantes ameaças, também foram esclarecidos
pela diretoria da Fetaema. “Não podemos permitir enquanto Federação, o
desrespeito as comunidades tradicionais e quilombolas.
Temos imagens de
jagunços armados ameaçando as famílias em Codó, não é possível cruzar os
braços e observar esta realidade como se estivesse longe de nós, pois,
ela acontece, debaixo dos nossos olhos. Muitas vezes a própria polícia
que deveria proteger os cidadãos do campo, é justamente quem aterroriza
as comunidades, a mando dos grandes “coronéis” locais”, desabafou a
secretaria de Política Agrária da Fetaema, Maria Lúcia Vieira.
Medo do terror!
Na
coletiva também estiveram presentes, representantes de duas comunidades
de Codó. No rosto de cada um deles, estava estampado o medo do terror
que assola estes povoados. “Ouvimos muito o lamento das mães quanto à
ameaça de perderem seus filhos ou maridos. Temos medo de perder nossa
terra! Muitos deixaram de andar sozinhos”, Mário Sérgio, trabalhador
rural do povoado Bom Jesus.
Apesar
das constantes ameaças, Pedro afirmou que vai resistir às pressões dos
latifundiários do agronegócio. “Vamos continuar na luta! Quero
acompanhar meus filhos crescerem. Quero abraçar meus netos, dentro da
terra que vem dos meus avós. Nossas famílias estão unidas e confiantes
que a justiça será feita”, Pedro da Silva, presidente da Associação
Quilombola de Santa Maria.
AGENDA
No
próximo domingo (18), representantes da Fetaema, vão a Codó, onde
participam de uma grande reunião com trabalhadores (as) rurais de várias
comunidades em Conflito Agrário na cidade.
Fonte: http://www.viasdefato.jor.br/index2/index.php?option=com_content&view=article&id=345:fetaema-denuncia-conflitos-agrarios-no-ma-em-coletiva-de-imprensa&catid=34:yootheme&Itemid=204
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